O Papa Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira (21), feriado de Tiradentes no Brasil, aos 88 anos. O líder da Igreja Católica sofreu complicações respiratórias nos últimos dias, e embora o Vaticano ainda não tenha confirmado oficialmente a causa da morte, fontes próximas indicam que ele pode ter sido vítima de um derrame.
Jorge Mario Bergoglio, argentino, ocupava o cargo de pontífice desde março de 2013, quando sucedeu o alemão Josef Ratzinger, o Papa Bento XVI, que renunciou alegando motivos de saúde — um ato raro na história recente da Igreja. Francisco foi o primeiro Papa sul-americano e o primeiro jesuíta a comandar o Vaticano, em um período marcado por fortes tensões geopolíticas e crises internas na instituição religiosa.
Durante seus 12 anos de pontificado, Francisco teve uma atuação marcada por discursos progressistas e medidas de impacto, mas nem sempre acompanhadas de mudanças estruturais efetivas. Ele defendeu pautas sociais, como o combate à pobreza, a proteção do meio ambiente e o acolhimento a migrantes, enquanto enfrentava resistência interna ao tentar promover reformas administrativas e morais dentro da Igreja.
Sua postura em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia gerou reações diversas. Em momentos críticos do conflito, Francisco tentou posicionar-se como mediador, fazendo apelos pela paz e criticando o uso de armamentos — inclusive com falas ambíguas que chegaram a incomodar diplomatas e líderes religiosos. Embora tenha condenado a violência, evitou por muito tempo mencionar diretamente o governo russo, o que lhe rendeu críticas por omissão e equívoco político.
Apesar de uma comunicação mais aberta e moderna, o Papa também foi criticado por lidar de forma insuficiente com denúncias de abusos sexuais dentro da Igreja. As promessas de transparência e justiça nem sempre se traduziram em ações concretas, e muitos consideram que Francisco deixou essa herança como uma das mais frágeis de seu papado.
O corpo do Papa será velado nos próximos dias no Vaticano, e o Conclave deverá ser convocado nas semanas seguintes para a eleição de seu sucessor. A Igreja Católica, que soma mais de 1,3 bilhão de fiéis ao redor do mundo, entra agora em um novo período de transição.
